2013: por que não sonhar?

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- setembro 30, 2013

Imaginem os leitores o que seria desejável acontecer no ano que se inicia. Nas negociações internacionais, um grande acordo no qual todos os países do mundo assumiriam metas de redução dos gases efeito estufa e metas de conservação da biodiversidade.

Além disso, seria instituída uma grande comissão formada por cientistas do mundo inteiro para propor medidas concretas com o fim de garantir que a humanidade não ultrapasse as fronteiras que comprometem a vida no planeta.

Também seriam elencadas propostas que pudessem, definitivamente, eliminar a pobreza, mediante grandes investimentos em educação, saúde e qualidade de vida.

Tais investimentos teriam como premissa o desenvolvimento sustentável: energia renovável, transporte público, agricultura sustentável e estímulos à inovação nestas áreas.

Para viabilizar esta nova visão, também seriam reformuladas as grandes instituições multilaterais, como o FMI, Banco Mundial e outras, que incorporariam na prática de suas ações a dimensão da sustentabilidade, entendida, primordialmente, como incorporação do médio e longo prazo nas suas decisões.

Estas, necessariamente, teriam que levar em consideração nove futuras gerações no seu planejamento estratégico.

Os países passariam a adotar novos indicadores a exemplo do FIB – Felicidade Interna Bruta, e a avaliação do seu capital natural seria colocada na contabilidade nacional, de modo que a perda do mesmo seria explicitada.

O setor empresarial, por sua vez, passaria a incorporar as externalidades negativas. Conforme tem afirmado Pavan Sukhdev, as empresas, além das demonstrações financeiras tradicionais, precisam contabilizar suas externalidades no meio ambiente.

No Oriente Médio, a ditadura na Síria seria substituída por um governo democrático, o mesmo ocorrendo com os países vizinhos. Israel e a Palestina concluíram um acordo de paz com dois Estados independentes, como foi determinada pela Resolução da ONU de 1948.

Grandes economias do mundo como a China e EUA liderariam o processo de combate ao aquecimento global, tornando-se exemplos de economias verdes com mudanças radicais em seus padrões de consumo.

O Brasil empreenderia tantas iniciativas inovadoras em termos de sustentabilidade que a sua pretensão de integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas seria reconhecida. E este incluiria na sua agenda os temas de “segurança planetária” mencionados no início do artigo.

No plano doméstico, teríamos a implantação das reformas políticas com critérios de melhor representação da população na Câmara dos Deputados, financiamento público de campanhas eleitorais e mais transparência e aperfeiçoamento do sistema partidário brasileiro.

As medidas anticorrupção em tramitação no Congresso Nacional seriam aprovadas. O combate à desigualdade social e à pobreza seria realizado com base em um grande “projeto nacional de educação”, apoiado por todos os partidos políticos.

O saneamento básico também seria prioritário e em todos os macro-projetos do país, o impacto nas nove futuras gerações seria incluído. Estes são os meus grandes desejos para 2013!

Artigo publicado no jornal Brasil Econômico em 3 de janeiro de 2013.