Boa sorte ao novo presidente!

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- outubro 10, 2013

A palavra surgiu apenas na década de 80, mas é um dos temas mais discutidos na área ambiental, obviamente pela sua extrema importância: a biodiversidade. Biodiversidade significa a vida na Terra e diz respeito a todos os seres vivos, tanto da fauna como flora. O Brasil conhece bem a importância da biodiversidade, já que é considerado um país megabiodiverso, o que significa dizer que reúne em seu território mais de 70% das espécies presentes no planeta, segundo a organização internacional Conservation International. O país abriga também dois dos hotspots mundiais (Cerrado e Mata Atlântica), ou seja, duas regiões que apresentam enorme diversidade biológica e estão gravemente ameaçadas pelo homem.

Em 1992 o Brasil assinou a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, da qual fui relator na Câmara, e em 2000 criou a Lei do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a fim de garantir que tais áreas sejam bem geridas e consigam atentar para seu objetivo maior: a conservação da biodiversidade. Tais marcos legais são de extrema importância para o tema, já que garantem mínimas condições de proteção e conservação para importantes porções de biodiversidade no país.

Recentemente, participei de um processo extremamente interessante no âmbito no Ministério do Meio Ambiente: a escolha do novo presidente do Instituto Chico Mendes, criado no ano passado com a missão de administrar as Unidades de Conservação federais. Para que o processo fosse iniciado, criou-se um grupo de especialistas, do qual fiz parte, e durante algumas reuniões estabelecemos os requisitos básicos que tal gestor deveria ter, para depois analisar seus currículos, propostas de trabalho e realizar as entrevistas pessoais. Pessoalmente achei o processo, que foi sugestão da ecóloga Cecília Ferraz, muito rico e democrático, justo para uma instituição que merece total atenção por parte do governo.

Para que a decisão fosse tomada, levamos em consideração uma série de fatores que são essenciais em um profissional, que será responsável por gerir uma área equivalente ao estado de Minas Gerais em Unidades de Conservação. A escala é enorme e o desafio ainda maior. Foi considerado o conhecimento do candidato sobre o tema, sua capacidade de articulação com os diversos setores da sociedade, sua experiência anterior e sua capacidade de diálogo e liderança em comunidades tradicionais.

O grupo entregou uma lista com cinco candidatos pré-selecionados ao Ministro Carlos Minc, que optou por escolher Rômulo Mello para presidir o Instituto Chico Mendes.

Em suma, biodiversidade é um assunto de extrema importância no Brasil, país megabiodiverso que tem uma enorme extensão de áreas protegidas e que deve atentar para sua melhor administração. É necessário que as Unidades de Conservação sejam melhor geridas, que os parques tenham seu plano de manejo elaborado, que a fiscalização atue com mais eficiência e inteligência. A escolha do novo presidente do Instituto Chico Mendes foi, na minha opinião, muito acertada e tenho certeza que teremos uma nova gestão com muitas novidades e realizações pela frente. Boa sorte ao novo presidente!